Agricultores Tipicos Uma Questao De Estrategia Para O Desenvolvimento Rural

Author : J. F. da S. PROTAS
Publisher :
ISBN 13 :
Total Pages : 285 pages
Book Rating : 4.:/5 (71 download)

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Download or read book Agriculturores típicos written by J. F. da S. PROTAS and published by . This book was released on 1997 with total page 285 pages. Available in PDF, EPUB and Kindle. Book excerpt: A Extensão Rural como instituição pública tem, a princípio, a obrigação de responder, direta ou indiretamente, às necessidades de todos os produtores rurais. Entretanto, nas últimas décadas muito do trabalho de extensão tem-se baseado no chamado agricultor "progressista", assumindo que ao ajudar esses agricultores se torna mais fácil e eficiente a demonstração aos demais do valor de certas inovações recomendadas. Porém, já foi comprovado que esta estratégica tem levado a um aumento da diferença existente entre agricultores "progressistas" e os outros. Buscando um novo conceito de agricultores, cujas características sócio-econômico-culturais, estejam presentes na da maioria de determinado contexto, foi desenvolvido o modelo RA-86 (Rebelo de Andrade, 1986), para identificação e caracterização do agricultor "típico". Contudo, nas oportunidades em que foi utilizado, segundo a avaliação do próprio autor, os resultados não foram suficientes para concluir que o modelo tenha ficado desde logo aprovado. Análises e simulações mais recentes têm evidenciado algumas fragilidades do modelo, nomeadamente quanto à composição dos indiciadores quanto no método operacional, definiu-se um "novo" modelo PRA-96 (Protas & Rebelo de Andrade, 1996), mais abrangente e rigoroso, e portanto, mais condizente com a realidade enquanto instrumento para a identificação do agricultor "típico". Tomando-se como Universo do Estudo a população de agricultores associados da Seção Vitinícola da Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (CARM), o "novo" modelo foi aplicado no terreno junto a uma amostra de 95 viticultores. Tomando por referência o tempo de adoção de uma tecnologia difundida naquele contexto (instalação de vinhedos com as castas brancas Roupeiro, Rabo d'Ovelha e Perrum) por parte dos viticultores, confirmou-se a aplicabilidade da formulação de Rogers àquela população. Quanto à identificação e seleção do "grupo típico", o "novo" modelo mostrou-se eficaz, tendo em vista o expressivo número de agricultores identificados (1 "típico", 8 "quase-típico I" e 10 "quase-típico II") e dinâmico, na medida em que dispõe de mecanismos metodológicos que permite envolver, quando necessário, os três conceitos de agricultores para a formação daquele grupo. A partir da combinação das classes modais são analisadas os perfis dos viticultores que compõe o "grupo típico", demonstrando-se a consistência do mesmo a partir da sua aderência às características mais marcantes do coletivo em questão: o Cosmopolitismo médio, o Nível Habilitacional primário e o Valor da Capital Fixo Vivo mínimo. Procurando verificar se os indicadores são de fato determinantes no tempo de adoção das tecnologias difundidas, ajustou-se um modelo, de Regressão Linear Múltipla, onde o tempo de adoção é a variável dependente ou endógena (Y) e do indiciadores são as variáveis independentes ou exógenas (X1..........Xn). O ajustamentos do modelo de regressão confirmou a premissa básica do modelo PRA-96 de que, no processo de difusão de inovações, o tempo de adoção é inversamente relacionado com os indicadores de recursos, excetuando-se, nesse caso, o indiciador Dimensão da Exploração. A relação direta verificada entre o tempo de adoção e a Dimensão da Exploração indica que o processo de modernização da viticultura em questão é mais atrativo e atende melhor às aspirações dos pequenos e médios proprietários de terras. A Receptividade Natural à Inovação, o Valor das Benfeitorias e o Valor da Capital Fixo Inanimado, nesta ordem de importância, mostram-se como os indiciadores de maior influência no tempo de adoção, depreendendo-se daí que a idade e a escolaridade dos viticultores e?ou agregado familiar, juntamente com a estrutura e infra-estrutura disponíveis nas explorações, são atributos importantes no processo de difusão de inovações em causa. Os resultados obtidos com o modelo PRA-96, sugerem a sua utilização, também nos estudos preliminares (prospectivos) de Programas de Desenvolvimento Rural que envolvam a Investigação, o Fomento e mesmo o Crédito.